Saindo do meu trabalho no dia 19 de fevereiro (Quinta-feira) me deparei com uma passeata de estudantes e uma moça em cima de um caminhão falando sobre o movimento que estava acontecendo – e realmente ela falava muito bem com excelentes argumentos.
Não sei se foi obra do destino ou pura coincidência (acredito mais na pura coincidência), mas quando eu desci no ponto de ônibus e comecei a caminhar para o trabalho pela manhã eu vi a mesma garota falando sobre o movimento e solicitando que todos fossem ao local. E meu deus como ela falava bem! Toda energética e com muita segurança na fala. Eu pensei em como queria ir no local do movimento, mas não podia ir por causa do trabalho.
Isso me lembrou meus tempos antigos em Joinville quando eu participava dos movimentos do MPL – e em como ele era fraco naquela cidade, onde todos nos olhavam apenas como “revoltados”, sendo que lutavamos pelos direitos DELES" – e me fez ver como eu mudei de lá pra cá. Não meus ideais, mas minhas ações e pensamentos. Por isso estou atualizando o blog do Gato-do-mato novamente e falando sobre isso. I’m coming back!
Mas, voltando ao movimento…encontrei ele na saída do meu almoço e por acaso estava com uma camiseta por baixo do uniforme, então foi fácil me juntar aos jovens e adultos na caminhada até a prefeitura. O movimento era na verdade uma resposta ao que aconteceu no dia 13 quando integrantes do MPL em um movimento pacífico levaram cacetas e bala de borracha. Mas nesse do dia 19 vários grupos diferentes que lutavam pelo mesmo ideal se juntarem e proporam a seguinte pauta:
- Redução Imediata do preço da passagem para R$1,90;
- Passe livre para estudantes e desempregados;
- Idenização aos trabalhadores do transporte e usuário vítimas da insegurança;
- Melhores condições de trabalho e aumento salarial para os trabalhadores do transporte;
- Fim do reembolso pelos assaltos às empresas!
- Pela abertura das contas da URBS
Mulher morre após cair de ônibus superlotado em Curitiba – e família não é idenizada por isso!
Foi esse o motivo de um dos itens da pauta do movimento. E não só isso. Vários acidentes, quedas e até abusos sexuais acontecem diariamente e a empresa de ônibus simplesmente não se responsabiliza por isso. Como podemos nos sentir seguros andando num ônibus extremamente lotado que não fornece nem seguro de vida ou idenização para os afetados? Esse item precisa com urgência ser aprovado. Os coletivos urbanos deveriam seguir a mesma linha dos ônibus de viagem. Afinal, no fundo não é a mesma coisa? Idenização aos trabalhadores do transporte e usuário vítimas da insegurança!
Cobradores e Motoristas tem que pagar quando são roubados. Absurdo!
Disso eu realmente não sabia e acredito que muitas pessoas também não devem saber. Mas é uma realidade para os cobradores e motoristas de Curitiba e com certeza de outras cidades também. É rídiculo que esses trabalhadores mesmo sofrendo assaltos, ficando sobre pressão, com medo ou até traumas, ainda são obrigados a cobrir todo o valor que foi roubado, quando deveriam ser idenizados pela falta de segurança dos tubos e etc. Fim do reembolso pelos assaltos às empresas!
Porque a URBS – empresa de transporte de Curitiba – nega abrir suas contas à população?
Porque a empresa sabe que a população não aceitaria o lucro que ela deve ter. Porque mesmo estando mais do que na cara que é uma empresa de monopólio que lucra com algo que deveria ser de direito de todo cidadão – que contradiz o direito de ir-e-vir – ela ainda consegue mascarar isso com propagandas e algumas alterações no transporte, como pouquíssimas linhas novas. Pela abertura das contas da URBS.
Queimar o Beto Richa passou dos limites.
Boneco de Beto Richa – prefeito de Curitiba– queimando.
O movimento em geral foi muito bom. Houve uma passeata com jovens e adultos se juntando cantando alguns coros e mostrando seus cartazes. Também houveram excelentes discursos dos jovens que estavam na liderança em cima de um caminhão de comissão. Na minha opinião só pecaram em uma coisa: Jogar um boneco de pano de tamanho real com a cara do prefeito da cidade para o pessoal “malhar” (socar e bater) e depois tacarem fogo. Mostrando assim a indignação do movimento com o prefeito que não aceita suas exigências.
Não acho isso certo. E quando a cabeça do Beto Richa rolou até meus pés eu não a chutei, apenas virei e sai de perto.
Está certo que o prefeito é o representante de tudo o que é escolhido num governo de uma cidade. Mas queimá-lo me parece exagero. Não consigo culpar o prefeito por não aceitarem a pauta – mesmo sabendo que ele tem muita culpa na história – uma porque não é apenas ele que decide as coisas como também tem muita gente pressionando -o com certeza.
Só porfavor, não venham justificar o aumento da tarifa com a linha verde.
A linha verde – para quem não sabe – é aquela linha nova que foi criada esse ano para melhorar o sistema de ônibus de Curitiba. Com novas ruas, tubos e estações. Como se isso não fosse uma coisa básica que deveria já ter sido feita a muito tempo. E o que poucos sabem: Muitas famílias tiveram que desocupar suas casas para que essa “bela linha verde” pudesse ser criada.. que de verde não tem nada. Ou você chama aqueles tocos de pau de verde?
2 COMENTÁRIOS:
13 de abril de 2009 às 00:14
Há que engraçado. Encontrei perdido por aí um parente! E acredite, amigo, as vezes a vida faz algumas piadas engraçadas. De qualquer maneira, isto serviu para que você voltasse a escrever e lutar pelo que acredita. Acho que isso já é suficiente, não é mesmo.
De qualquer maneira, boa sorte na sua luta. Torço por ti.
Um grande abraço.
17 de abril de 2009 às 20:50
:)
Alguém que gostou do seu blog e achou, nem sabe como, mas estava aberto aqui :P
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